15/05/2009
Dicas e procedimentos de manutenção preventiva em veículos equipados com ar-condicionado
Escrito por Arthur Rossetti
O acessório ganhou popularidade a partir dos anos 90 e exige alguns macetes, desde a utilização até o momento da reparação
Devido o sistema de ar-condicionado ser um item de conforto a que grande parte dos brasileiros pode ter acesso somente na última década, é comum encontrar um veículo que o possui, mas que não apresenta funcionamento satisfatório. Os problemas mais comuns são relacionados a não utilização por parte do condutor. No passado era comum se deparar com um Opala, Monza, Santana, Verona, entre outros modelos, desprovidos da correia que acionava o compressor. Havia um mito de que sem a correia o veículo ficaria mais econômico e isso não é verdade, visto a resistência à rolagem da polia ser quase nula.
Painel educativo que ilustra todo o ciclo de arrefecimento do ar em um sistema condicionador automotivo
Apenas quando o interruptor localizado no painel é acionado pelo condutor (ar-condicionado ligado), a força magnética atraca a parte interna (eixo do compressor) com a polia externa “louca”. É somente nesta condição que há aumento no consumo de combustível, visto a resistência à rolagem roubar cerca de dez por cento de potência do motor em média.
Para nossa sorte hoje não é mais possível repetir este erro, devido à evolução da correia dos acessórios, conhecida atualmente como poli-v, que através de uma unidade, comanda diversos atuadores como, por exemplo, bomba d’água, direção hidráulica, compressor (supercharger), entre outros.
Portanto é aconselhável que o ar-condicionado funcione por pelo menos, dez minutos a cada semana. Este cuidado garante que o gás circule, os componentes se lubrifiquem, e o conjunto exerça a função de maneira plena. É importante que o reparador oriente o cliente a ficar atento quanto aos períodos de não utilização.
Com a orientação do instrutor técnico Fernando Landulfo, da escola Senai Conde José Vicente de Azevedo, localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, transmitiremos algumas dicas de manutenção do sistema.
Carga de gás
Ao efetuar a carga do gás refrigerante é imperativa a aplicação de vácuo, a fim de retirar toda a umidade interna do sistema (compressor, tubulação, condensador, evaporador etc). A substituição preventiva do filtro secador também é aconselhada. Caso existam resquícios de umidade, esta reagirá com o lubrificante, ocasionando oxidação nos componentes internos. É como se compararmos a um veículo que circula apenas com água no sistema de arrefecimento, sem adição de aditivo.
Cada veículo possui características e necessidades distintas quanto à carga. Neste caso, o manual de manutenção deverá ser consultado.
Limpeza do sistema
Infelizmente ainda é comum a utilização de peças usadas, principalmente ao ser tratar de um veículo de luxo, que sofreu uma colisão frontal e está sem seguro, por exemplo. Os preços de algumas peças como condensador, compressor e tubulações frontais muitas vezes tornam a compra por componentes novos, genuínos, na concessionária, inacessíveis. Como há um vasto mercado paralelo de peças usadas, quando alguma for aplicada deverá estar impecavelmente em boas condições e, principalmente, limpa.
O compressor atua sobre o gás refrigerante, ocasionando aumento da temperatura
Lubrificante
Semelhante a um motor a combustão, o compressor necessita de lubrificante específico. É importante verificar a compatibilidade deste com o gás refrigerante para eliminar o risco de reação. A reação comprometerá a vida útil e a performance de funcionamento.